quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Queijo parmesão e macarrão instantâneo são campeões de teor de sódio


Segundo uma pesquisa, a população brasileira consome duas vezes mais sal do que a quantidade recomendada e, grande parte, vem de alimentos industrializados. O brasileiro consome, em média, 11,75 gramas de sal e 4,7 gramas de sódio, quando o recomendado é 5 gramas e 2 gramas, respectivamente. 



As informações foram concluídas por uma pesquisa divulgada, nesta terça-feira (16), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e mostra que os campeões em alto teor de sódio são o queijo parmesão ralado, o macarrão instantâneo, os embutidos (mortadela) e o biscoito de polvilho. 

O queijo parmesão ralado lidera o ranking, com teor médio de 1.981 miligramas de sódio por 100 gramas do produto. Nas colocações seguintes, aparecem o macarrão instantâneo e a mortadela. O biscoito de polvilho tem quantidade média de 1.092 miligramas do ingrediente para cada 100 gramas. O queijo ricota, muito consumido em dietas, também apresentou altas variações de sódio entre as marcas avaliadas. Ao todo, foram analisados 496 produtos de 26 categorias e concluiu-se que os alimentos industrializados representam 20% da dieta alimentar.

O sódio representa aproximadamente 40% da composição do sal. ''A Anvisa vai dizer que tudo que está além é muito e a indústria, que tudo que está abaixo do limite, é pouco. No meio, estão os consumidores, quem nos interessa'', diz o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

O governo e representantes da indústria e dos supermercados firmaram acordo, iniciado em 2011, pela diminuição progressiva do sódio nos alimentos. A partir de 2013, produtos com menos sódio já deverão estar disponíveis nas prateleiras dos supermercados. ''Existe a mentalidade de que tudo que é bom engorda ou faz mal. Uma mudança de hábito é complicada, mas pode ser feita gradualmente. E é esse o objetivo da Anvisa. O acordo vai ajudar a reduzir aos poucos a quantidade de sal nos produtos'', disse José Agenor Álvares, diretor de Monitoramento e Controle da Anvisa.

De acordo com o nutricionista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Rafael Claro, a população está mais preocupada com a diminuição da qualidade de vida do que com os riscos de sofrer doenças devido ao consumo excessivo de sal.

O excesso de sódio na alimentação eleva o risco de doenças do coração, obesidade e diabetes, por exemplo. ''Antigamente, as pessoas sofriam de hipertensão aos 70 anos. Hoje, há casos aos 25 anos".

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), que responde por 70% do setor, informou que não ''teve acesso aos resultados do monitoramento do conteúdo de sódio nos alimentos processados no período 2010-2011. No que diz respeito especificamente à redução de sódio, foram estabelecidas pelo Ministério da Saúde e Abia, até o momento, metas de redução para nove categorias de alimentos, que devem resultar na retirada de mais de 20 mil toneladas de sódio dos produtos até 2020,'' disse a associação. 

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